TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

Compreendem uma inaptidão específica na leitura, escrita, ou matemática. É importante que o psicopedagogo entenda como se dá o processo de aprendizagem e conheça as características dos transtornos, para que a intervenção possa ser elaborada de maneira a atender a necessidade individual de cada aluno, minimizando suas dificuldades, e oportunizando novos conhecimentos.

De acordo com o DSM-V, o transtorno específico da aprendizagem está ligado ao desenvolvimento com uma origem lógica que é a base das anormalidades do nível cognitivo as quais são associadas com manifestações comportamentais. A origem biológica inclui uma interação de fatores genéticos e ambientais que influenciam a capacidade do cérebro para perceber ou processar informações com eficiência e exatidão.

O CID-10 esclarece que a etiologia dos Transtornos de aprendizagem não é conhecida, mas que há uma suposição de primazia de fatores biológicos que interagem com fatores não-biológicos. É importante dizer que os transtornos não podem ser consequência de :

• Falta de oportunidade de aprender;
• Descontinuidades educacionais resultantes de mudança de escola;
• Traumatismos ou doença cerebral adquirida;
• Comprometimento na inteligência global;
• Comprometimentos visuais ou auditivos não corrigidos.

Acredita-se na origem dos transtornos de aprendizagem a partir de distúrbios na interligação de informações em várias regiões do cérebro, os quais podem ter surgido durante o período de gestação.

Os documentos apresentam basicamente três tipos de transtornos específicos: o transtorno da leitura, o transtorno da matemática e o transtorno da expressão escrita.

SUGESTÕES DE JOGOS: Psicopedagogia e AEE.

Algumas habilidades ( psicomotoras, perceptivas, atencionais, raciocínio lógico, etc.) das crianças precisam ser estimuladas, e os jogos são excelentes ferramentas neste processo:⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

🌺 Areia divertida: estimula percepções sensoriais táteis e visuais, criatividade.⠀⠀

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🌺Quebra cabeça de cores: estimula a percepção visual e atenção.⠀

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🌺Va-Ve-Vi- vogais: estimula a percepção visual, consciência fonológica.⠀⠀

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🌺Primeiras sílabas: estimula reconhecimento de sílabas nas palavras.⠀⠀⠀

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🌺Jogo operando: estimula concentração, atenção e coordenação motora.⠀⠀⠀

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🌺Bingo: estimula a atenção, concentração e reconhecimento numérico.⠀⠀

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🌺Ludo e Dama: estimula a atenção, concentração, e respeito a regras.⠀⠀⠀

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🌺 Pizzaria Maluca: estimula atenção, concentração, percepção visual, respeito a regras.

PARALISIA CEREBRAL: ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS

🌺No tema desta semana irei abordar sobre estratégias pedagógicas para pessoas com paralisia cerebral. Aqui irei relatar algumas abordagens de outros autores e a minha prática pedagógica na área. ⠀⠀⠀⠀
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🌺Algumas crianças com paralisia cerebral podem ter a parte motora bem comprometida, assim também como a linguagem, o cognitivo e o afetivo. É importante que o professor estreite os laços com a criança, pois quanto mais o professor conhecer seu aluno, melhores são as chances de se elaborar um planejamento adequado. ⠀⠀⠀⠀
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🌺Inicialmente é necessário estabelecer uma comunicação com a criança. É preciso compreender como a criança se sente, e como ela percebe as coisas ao seu redor. Se a criança tem problemas em verbalizar, a comunicação alternativa através de figuras pode ser uma importante ferramenta. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
🌺 Também é necessário explorar a percepção dos sentidos desse aluno e estimulá-las. Alguns pré-requisitos são importantes para que outras aprendizagens aconteçam, então é preciso uma avaliação constante do aluno antes de se introduzir novos conteúdos.

🌺 Comunicação alternativa é uma área clínica que se propõe a compensar de forma temporária ou permanente, as dificuldades de comunicação de pessoas com deficiência nessa área. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
🌺 É indicada nos casos de:
•Dificuldade de comunicação devido a falta de compreensão da fala: disartria, patologias degenerativas, doença de Parkinson, laringectomia,etc.
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•Alterações de linguagem adquirida: afasias,apraxiaverbal.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
•Em casos severos de defasagens dos desenvolvimentos de linguagem, cognitivo e emocional: deficiência intelectual, autismo, paralisia cerebral.
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•Suporte no desenvolvimento da linguagem.
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•Suporte pedagógico em educação especial.

🌺Uma das maneiras de se trabalhar comunicação alternativa é elaborar uma prancha, de acordo com as necessidades do aluno.

🌺A prancha da foto abaixo, foi confeccionada para uma aluna com paralisia cerebral de 6 anos. Os objetivos eram trabalhar o reconhecimento de letras, da rotina e atividades de vida diária.

🌺Antes de introduzir a prancha, é necessário trabalhar um sistema de comunicação básico, como o apontar por exemplo. No caso dessa aluna, devido a sua deficiência motora, o trabalho foi feito a partir do olhar.

🌺Primeiro estabelecemos o reconhecimento entre duas figuras ou cores. O professor dever fazer uma pergunta relacionada a esses dois itens. O aluno irá responder apontando ou com o olhar.

🌺 Depois de desenvolver vários reconhecimentos deve-se ampliar as possibilidades de escolha/resposta do aluno, aumentado a quantidade de figuras.

🌺Depois de estabelecida essa comunicação inicial é possível introduzir a prancha. E a partir daí é possível ensinar vários conteúdos, inclusive a leitura.

Processo de aprendizagem

🌺A aprendizagem atua como elemento integrador do indivíduo com o mundo. É um processo amplo e complexo, que envolve fatores internos e externos, ligado diretamente ao desenvolvimento psicológico, e pode sofrer influência de vários aspectos, como familiar, escolar e orgânico.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
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🌺Nas crianças com paralisia cerebral( PC), dependendo da extensão e localização das lesões cerebrais, algumas funções podem ser comprometidas como por exemplo funções motoras e cognitivas, e o seu desempenho se torna mais lento em relação ao processamento de informações, apresentando dificuldades nas funções executivas e habilidades sociais(TABAQUIM et al, 2013).
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🌺Para que a criança com PC aprenda, é necessário um trabalho multidisciplinar que envolve profissionais de diversas áreas como fonoaudiologia, psicopedagogia, psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional entre outros.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
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🌺Para elaborar um plano de intervenção pedagógica/psicopedagógica é essencial um diagnóstico adequado, identificando quais dificuldades de aprendizagem a criança apresenta.

Intervenção Pedagógica

🌺 Para que a aprendizagem da criança com PC aconteça é importante que algumas estratégias e intervenções sejam aplicadas no dia a dia escolar, como:

🌺 Adaptações curriculares e de materiais de acordo com necessidade do aluno.

🌺Uso de recursos visuais como apoio ( figuras, cartazes, fotografias, etc.)

🌺Uso de material concreto ( alfabeto móvel, material dourado, jogos, etc.)

🌺 Exploração do meio, da manipulação de objetos, repetição de ações e do domínio do próprio corpo.

🌺 Revisão contínua dos processos de ensino e avaliação.

ESCRITA BRAILLE

ESCRITA BRAILLE

A consciência da escrita engloba um conjunto de conhecimentos incorporados pelas crianças, antes mesmo de saber ler, pela simples observação ou imitação do fazer de outras crianças e dos adultos. Por isto, é necessário prover o ambiente escolar e familiar com os instrumentos e os suportes de comunicação escrita produzidos pela via do tato e criar estratégias que favoreçam a exposição natural da criança com cegueira ao Código Braille, de forma lúdica e prazerosa (ex. usar etiquetas de identificação em Braille nos objetos, brinquedos, utensílios e material escolar). A escrita Braille pode ser usada para a sinalização de portas, mobiliário, escaninhos e outras possibilidades de referenciais de rotina da escola.
O ensino do Braille deve ser introduzido gradualmente no contexto das atividades preliminares à leitura, considerando os interesses, as habilidades e as necessidades das crianças com cegueira. O tato deve ser estimulado desde cedo, com atividades sensoriais com texturas variadas, pois não é tarefa fácil sentir e fazer a leitura dos pontinhos.
Para as crianças com cegueira um ambiente favorável à alfabetização deve provocar a exploração dos sentidos remanescentes, notadamente o tato e a audição, porque elas não têm as mesmas possibilidades de entrar em contato direto, casual e espontâneo com a leitura e a escrita.

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

"Caracterizada por limitações significativas no funcionamento intelectual da pessoa e no seu comportamento adaptativo, habilidades práticas, sociais e conceituais" (AAMR, 2002).

🌼As pessoas com deficiência intelectual podem apresentar atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor e na linguagem, dificuldades na aprendizagem, memorização, consciência corporal, noção espacial, etc. 

🌼É necessário desenvolver a autonomia desses indivíduos, pois muitos também podem apresentar dificuldades no autocuidado, dificuldades para entender comandos e comportamento infantilizado.

🌼A prática do professor voltada para os alunos com deficiência intelectual deve ser planejada levando em consideração os mecanismos de aprendizagem e desenvolvimento desses alunos.

🌼Cabe ao professor especializado planejar, executar e avaliar o processo de ensino e aprendizagem, e complementar a formação do aluno, de forma a eliminar as barreiras que impeçam sua participação no espaço escolar com autonomia e independência. 

🌼O professor deve organizar situações de aprendizagem a partir dos interesses do aluno com deficiência intelectual, estimulando-o a construir seu conteúdo mental.

🌼O professor deve ainda fazer adaptações curriculares e de materiais e recursos que sejam adequados às necessidades educacionais desses alunos, sempre buscando progressos para as dificuldades encontradas.

🌼Atendimento Educacional Especializado é o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos.( BRASIL, 2008). 

🌼O professor do AEE deve elaborar um Plano de Desenvolvimento Individualizado ( PDI) criando estratégias para aprendizagem e desenvolvimento desses alunos levando-se em consideração suas peculiaridades e condição cognitiva. 

🌼O professor deve organizar situações de aprendizagem, oportunizando exercícios intelectuais que instiguem o pensamento abstrato. Uma sugestão é a simulação de situações com utilização de material concreto, como por exemplo, uma simulação de compra no supermercado, com objetos e dinheiro de brinquedo. 

🌼O raciocínio lógico também deve ser estimulado através de atividades de sequência lógica e de cálculo com e sem material concreto. 

🌼 Propor atividades que provoquem a imitação e o jogo simbólico, favorecem o desenvolvimento das estruturas intelectuais; e o contato com as mais variadas formas de comunicação possibilitam o entendimento e ampliam o vocabulário.

🌼Algumas atividades de estimulação também devem fazer parte do cotidiano, como coordenação motora, percepção, atenção, raciocínio lógico, etc.

🌼Vygotsky afirma que é fundamental focar as potencialidades dos sujeitos com deficiência intelectual (DI) e não na reabilitação dos defeitos. Este indivíduo deve ser estimulado a explorar o mundoe a interagir com o outro, através dos jogos e brincadeiras. 

🌼De modo geral , o aluno com DI possui dificuldade para perceber características de objetos, fenômenos e ações. O professor deve oferecer um atendimento individualizado que estimule áreas do desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo. 

🌼 Coordenação motora: a educação psicomotora é indispensável, pois estabelece conexão importante entre aspectos afetivos e cognitivos. A coordenação manual é a habilidade de executar com precisão a coordenação dos olhos e das mãos. Nas atividades de escrever, arremessar uma bola com a mão, de desenhar, de recortar, são os olhos que dirigem os movimentos das mãos.

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Atividades de alinhavo, de encaixe, de movimentos de pinça são excelentes aliados neste processo. Nas fotos acima estão algumas sugestões de recursos e atividades.

🌼 Percepção visual: "Na percepção visual, a criança por meio da visão percebe de uma só vez a imagem do objeto na sua forma mais completa" (PARANÁ, 1999). Portanto, é através do centro nervoso que chegam ao cérebro os estímulos visuais luminosos, cores, formas, tamanhos, possibilitando a discriminação dos detalhes. 

🌼Segundo Braun (1986) discriminação visual é a "capacidade de comparar objetos, identificando semelhanças e diferenças de detalhes; prepara para posterior fase da discriminação de símbolos abstratos; diferença entre letras, palavras, etc. É mais fácil perceber o que é diferente do que aquilo que é semelhante". Fonseca (2008) define discriminação visual como sendo a distinção entre figuras, letras, formas, números, etc., classificando-as; e considera percepção visual a capacidade de percepção, interpretação e integração do que os olhos veem.

🌼Sem essa percepção a criança pode apresentar dificuldades no processo de alfabetização, pois não consegue manter a direção dos olhos, o que pode acarretar em pular frases ao ler, confundir letras como d e b, f e t, h e b, etc., leitura lenta e muitos erros ortográficos. 

🌼Sugestão de atividades para se trabalhar discriminação visual:

🌼 Atenção: a capacidade de sustentar, selecionar e executar tarefas forma a rede de atenção. Dessa maneira, a atenção fixa e relaciona inúmeros estímulos, vindos das mais diversas fontes e por período de tempo variável.

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🌼Para a aprendizagem, o conhecimento do desenvolvimento da atenção permite ao educador criar condições para motivar e propor atividades que despertem interesse nos alunos. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

🌼Algumas atividades são importantes recurso pedagógico para estimular a atenção. Nas fotos acimas temos algumas sugestões, como criar uma sequência simples com contas coloridas para que o uno reproduza a sequência. Pode ser feito no palito, no cordão ou até mesmo com papel colorido. Começar com sequência simples, com duas cores, e gradativamente ir aumentado o nível de dificuldade.

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Fonte dos textos: Estratégias lúdicas na aprendizagem de alunos com deficiência intelectual, Paraná, 2013. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

A EDUCAÇÃO INFANTIL E A BNCC

Nas últimas décadas, o processo educativo na educação infantil tornam o educar e o cuidar indissociáveis, com o objetivo de ampliar o universo de experiências , conhecimentos e habilidades, diversificando novas aprendizagens

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI), artigo 9°, os eixos estruturantes das práticas pedagógicas dessa etapa da Educação Básica são as interações e brincadeiras, experiências nas quais as crianças podem construir e apreender conhecimentos por meio de suas atitudes e convívio com seus pares e com os adultos, possibilitando aprendizagens, desenvolvimento e socialização.

Pensando no desenvolvimento integral das crianças a BNCC propõe 6 direitos de aprendizagem e desenvolvimento que asseguram condições para que as crianças possam desempenhar papel ativo em situações de aprendizagem, construindo conhecimento e significado sobre o mundo a sua volta: 

•  Conviver com outros, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro. 
• Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros, ampliando seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
•  Participar ativamente, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando. 
•  Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela.
• Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens. 
•  Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências vivenciada.

Campos de experiências

A organização curricular na BNCC, em relação a educação infantil está estruturada em cinco campos de experiências que contemplam os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Esses campos consideram as experiências da vida cotidiana das crianças, priorizando seus saberes.
Os campos de experiência são: 

• O eu, o outro e o nós: através da interação com os pares as crianças constroem seu próprio modo de agir, sentir, pensar e descobrir o mundo a sua volta. Constroem percepções e questionamentos sobre si e os outros, reconhecendo-se como ser único, e constroem sua autonomia e senso de autocuidado.
• Corpo, gestos e movimentos: explorar o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, utilizando o seu corpo como forma de linguagem, por meio dos sentidos, gestos, movimentos, dança, música, teatro, brincadeiras. 
• Traços, sons, cores e formas: vivenciar diversas formas de expressão e linguagens como as artes visuais ( pintura, modelagem, colagem, fotografia), música, teatro, dança. Com base nessas experiências, elas se expressam por várias linguagens criando suas próprias produções artísticas com sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções, desenhos, modelagem, manipulação de diversos materiais e recursos.
• Escuta, fala, pensamento e imaginação: promover experiências nas quais as crianças possam falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral, na escuta de histórias, nas conversas, nas narrativas, etc. As experiências com a literatura infantil estimula a imaginação e amplia o conhecimento de mundo, e o convívio com estes textos escritos, fazem com que as crianças construam hipóteses de escrita com rabiscos e garatujas, e posteriormente letras. 
• Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações: as experiências com o mundo físico    ( natureza), os espaços em que estão inseridas ( rua, bairro, cidade), o tempo (dia, noite, ontem, hoje, etc.), proporcionam para as crianças desde cedo contato com os números e formas geométricas, e essas experiências inseridas na educação infantil ampliam o conhecimento matemático (contagem, ordenação, quantidades, dimensões, medidas, etc.).

Objetivos de aprendizagem

Bebês (zero a 1 ano e 6 meses)

Os objetivos de aprendizagem de acordo com a BNCC para bebês de zero a 1 ano e 6 meses, sugerem atividades que contemplem a ampliação de experiências sensoriais e corporais, através de interações e brincadeiras. O contato com a música, a dança, as histórias, são fundamentais para o desenvolvimento da expressão e da linguagem da criança nessa faixa etária. Todas as atividades devem ser apresentadas de forma lúdica para despertar o interesse e curiosidade dos bebês e ao mesmo tempo a construção do conhecimento, autonomia e identidade.

Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)

Nesta faixa etária é importante aplicar atividades que trabalhem com a identidade infantil e o autoconhecimento. Propor contato com diferentes espaços, sujeitos, objetos e brinquedos. Proporcionar experiências que favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens, gêneros e formas de expressão gestual, verbal, plástica, dramática e musical. Possibilitar o convívio com suportes e gêneros textuais orais e escritos, através de narrativas, apreciações e interações. Dar espaço para o desenvolvimento da curiosidade e da capacidade de observação das crianças, propondo e organizando atividades de observação da natureza que os rodeia.

Crianças pequenas ( 4 anos a 5 anos e 11 meses).

As atividades desenvolvidas com as crianças de 4 e 5 anos devem estimular o desenvolvimento da autonomia, no autocuidado relacionados a higiene, alimentação e aparência. A criança deve explorar todas as possibilidades de utilização do corpo, através de brincadeiras, danças, manuseio de objetos e materiais. Deve agir com respeito ao próximo, valorizando a característica do outro. Explorar sons produzidos por materiais diversos, instrumentos e o próprio corpo, reconhecendo as propriedades e qualidades do som. Através da oralidade, expressar ideias, desejos e sentimentos. Através de livros ter contato com textos escritos, fotos, desenhos, imagens, e levantar hipóteses em relação a linguagem escrita, realizando registro de palavras e textos por meio da escrita espontânea. Relacionar números às suas respectivas quantidades. Observar e relatar mudanças que ocorrem na natureza, como clima, fenômenos naturais, transformações feitas pelo homem.

Sugestões de atividades.

• Espelhos: permitem que a criança conheça a si mesma, seu corpo, sua imagem. Também é possível dançar, fazer caretas, rabiscar, pintar. 
• Brincadeiras: circuitos trabalham a coordenação motora e expressão corporal. Faz de conta estimula a criatividade e imaginação. 
• Experiências sensoriais: exploração com água, terra, areia, gelo, massinha, garrafas sensoriais,etc. 
• Linguagem: Confecção de fantoches e marionetes para contação de histórias, teatro, pinturas faciais.
• Artes: pintura e colagem com diversos materiais. ( Pintar com os dedos, pincéis, espuma, cotonete, etc). Criar um autorretrato com colagem 
• Música: ouvir músicas com estilos variados, criar música com instrumentos, objetos e o próprio corpo 
•  Matemática: Utilizar o calendário como recurso de contagem de tempo, trabalhar com jogos numéricos, trilha ou percurso
•  Natureza: contato com pequenos animais (formigas, joaninhas, coelhos, etc), cuidar de plantas, jardins, hortas, fazer tintas com ingredientes naturais como café, açafrão, urucum, etc. Fazer colagem com folhas, pétalas, gravatas. Trabalhar com coleta seletiva e preservação ambiental.