sábado, 11 de abril de 2020

A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM

As relações afetivas entre o aluno e as pessoas que o cercam afetam significativamente a aprendizagem. 
A relação aluno-aluno, aluno-professor, o ambiente escolar e o ambiente familiar podem contribuir positivamente ou negativamente para o sucesso ou fracasso escolar, dependendo de como acontece essa relação. 
Uma relação de afeto, paciência, dedicação motivadora tendem a contribuir positivamente no processo de aprendizagem. Mas, ao contrário disso, o autoritarismo, a inimizade e o desinteresse, a violência podem influenciar de forma negativa, levando o aluno ao fracasso escolar. 
Os estudos e pesquisas de Wallon e Vygotsky contribuíram muito para a educação nesse sentido, mostrando a importância da afetividade na aprendizagem.  
O desenvolvimento afetivo depende, dentre outros fatores, da qualidade dos estímulos para que satisfaçam as necessidades básicas de afeto, apego, desapego, segurança, disciplina e comunicação, pois é nessas situações que a criança estabelece vínculos com outras pessoas. 
Os resultados de pesquisas deixam clara a importância das relações sociais afetivas no contexto da aprendizagem e serão trazidas algumas reflexões sobre alguns pontos que norteiam essas relações e contribuem para o sucesso ou fracasso do aluno em seu processo de desenvolvimento acadêmico. 

  1. AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM 

Perspectiva de Wallon

De acordo com a teoria de Wallon, para que ocorra o fenômeno da promoção da aprendizagem é necessário que se leve em consideração a interdependência da afetividade e cognição, e os vários contextos facilitadores dessa aprendizagem. 
Nessa perspectiva, a afetividade e a inteligência constituem um par inseparável na evolução psíquica, pois ambas têm funções bem definidas e quando integradas permitem à criança atingir níveis de evolução cada vez mais elevados. Assim, a inteligência e a afetividade são fenômenos únicos e distintos e precisam andar em sincronia. 
Ao longo da vida, o fenômeno afeto não desparece e nem deixa de se apresentar como constitutivo do desenvolvimento da pessoa, mas ao contrário é consolidado ao longo do seu desenvolvimento e necessidades tanto orgânicas como social. 
Para Wallon, a afetividade está na origem da cognição e ao mesmo tempo, favorece seu desenvolvimento. Para ele o movimento é a base do pensamento e as emoções é que dão origem à afetividade. 
De acordo com Wallon, inteligência e afetividade caminham juntas, de forma integrada, podendo haver momentos com predominância do afetivo e outros com a do cognitivo. As emoções são a expressão da afetividade. Sendo assim, se a emoção e a inteligência são indissociáveis e potencializadas pela socialização, priorizar a afetividade nas interações ocorridas no ambiente escolar contribui para dinamizar o trabalho educativo. 

Perspectiva de Vygotsky

Para Vygotsky, diferente da psicologia tradicional que separava os aspectos intelectuais e os volitivos e afetivos, o pensamento nasce na esfera da motivação, que inclui afeto, emoção, impulsos, interesses, inclinações e necessidades. Só é possível compreender o pensamento humano quando se concebe e se compreende a sua base no aspecto afetivo volitivo. Vygotsky defende a indivisibilidade entre as dimensões afetiva e cognitiva.  
De acordo com Vygotsky a importância da afetividade não está só na relação professor-aluno, mas também na estratégia pedagógica. Um professor que é afetivo com seus alunos estabelece uma relação de segurança, evita bloqueios afetivos e cognitivos, favorece o trabalho socializando e ajuda o aluno a superar erros e aprender com eles. 

  1. CONCLUSÃO 
No contexto ensino-aprendizagem, a criança que apresenta dificuldades emocionais, poderá sofrer consequências que dificultarão o desempenho de suas atividades acadêmicas. 
É na interação com o outro que se dá a construção da própria identidade. A desigualdade social, relações burocratizadas e estigmatizadas, indiferença e agressão moral, interferem e prejudicam o desenvolvimento adequado dos alunos. Necessário se faz que a escola procure formas de trabalhar a educação formal, contextualizando seu ensino e incorporando nele os aspectos afetivos, não só a razão, pois assim valoriza a multiplicidade dos saberes humanos e, em consequência estabelece uma visão dinâmica do processo do saber aprender. 
O professor precisa estabelecer uma relação afetiva com os alunos e que perceba que como indivíduo, seus alunos também têm algo a oferecer e que a aprendizagem se faz por intermédio das interações que são estabelecidas. 
 Acredita-se que fortalecer a afetividade na relação professor e aluno favorece a autoestima, o diálogo e a socialização, fazendo assim a aprendizagem acontecer. 

REFERÊNCIAS 

Material teórico do Curso Desenvolvimento, Cognição e Afetividade 

PilettiNelson. Psicologia do Desenvolvimento/ Nelson Piletti, Solange marques RossatoGeovanio Rossato. -São Paulo: Contexto, 2014. 

Secretaria de Estado da Educação – Ponta Grossa, Programa de Desenvolvimento Educacional - Afetividade e Cognição – Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2007. 

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