É através da brincadeira que a criança constrói
sua cultura lúdica; são as suas experiências lúdicas, iniciadas pelas primeiras
brincadeiras do bebê, que irão constituir esse universo cultural lúdico. Não
nascemos sabendo brincar, as brincadeiras e os jogos são aprendidos com os
mediadores desses conhecimentos. Nesse sentido a brincadeira pode ser um
instrumento prazeroso de aprendizagem. Há muitos benefícios nas atividades
lúdicas, tanto pela dimensão da diversão e prazer, como um fim em si mesmo,
quanto pela dimensão da aprendizagem, como recurso pedagógico. Através dos
jogos e brincadeiras as crianças desenvolvem inúmeras habilidades e incorporam
e questionam as regras e os papéis sociais que são a elas apresentados.
A brincadeira deve ocupar lugar de destaque na
prática pedagógica. Mas deve-se atentar para a forma como a brincadeira está
inserida no ambiente escolar, pois de acordo com Loro (2010) "o brincar e
o brinquedo (ação e objeto), ao ser transformado em instrumento pedagógico
pelas pedagogias modernas, acabaram por aprisionar, controlar e regular os
sujeitos envolvidos impondo significados. É no brincar que a criança constrói
simbolicamente sua realidade e recria o existente, a partir de ações
cotidianas".
Ainda existe grande insegurança por parte dos
educadores em como inserir a brincadeira no contexto educacional. Muitas vezes
a brincadeira acontece como forma de premiação às crianças que acabaram a lição
ou aos horários de intervalo e final do período. É preciso ampliar a visão a
respeito da importância do brincar, e inseri-lo no cotidiano escolar em toda a
sua diversidade, como nas brincadeiras livres, pelo prazer do fazer, conforme
suas motivações, permitindo novas criações e decisões acerca dos papéis que vai
assumir ou representar.
Dos 4 aos
5 anos, a criança estará, teoricamente, na modalidade da Educação Infantil;
essa é uma idade rica para o aprendizado. Nesse período, os pequenos gostam de
mostrar o que sabem fazer, suas conquistas vindas das superações dos desafios
que se apresentam em seu cotidiano; é uma fase de curiosidades e descobertas; é
quando eles experimentam o prazer de brincar junto com outros indivíduos,
crianças ou adultos.
De acordo com Tisuko Kishimoto o brincar é
direito da criança. Os brinquedos e objetos devem estar ao alcance da criança
para que ela tome a decisão de escolher qual brinquedo ela quer. Através do
brinquedo e da brincadeira a criança está aprendendo novas formas, cores,
texturas, domínio espacial, etc. Na educação infantil as crianças estão na fase
da imitação, de reproduzir na brincadeira suas vivências, ou seja, de brincar
de faz de conta. Está claro aqui a importância do brinquedo e da brincadeira
para o desenvolvimento e aprendizagem infantil, e infelizmente muitas escolas
deixam de lado o brincar e priorizam somente a parte pedagógica, e cada vez
mais cedo a maior preocupação é alfabetizar.
Referências:
Texto:
Brincando para aprender ou aprender brincando: a ludicidade no cotidiano da
creche
https://www.youtube.com/watch?v=0al1A_UBdWA
Referencial
Curricular Nacional para Educação Infantil vol. 1.